quinta-feira, 10 de abril de 2008

CONDIÇÃO


CONSTRÓI ao menos

qualquer coisa efêmera.

Pois mais não podes ser,

sê ao menos efêmero.



Grava os passos na areia,

desenha sobre a estrada

teu vulto.

É melhor do que nada.



A desfazer-te o rastro

virá, o Mar, é certo.

Virá, é certo, a Noite,

beber a tua sombra.



Efêmero? Serás...

Mas presente

no Mar, eternamente;

na Noite, para sempre.



Sebastião da Gama (1924-1952)