sábado, 28 de julho de 2007

Até no exílio


Espingardas e Música Clássica. Esse é o título do mais significativo romance de Alexandre Pinheiro Torres, crítico, professor e ensaísta português auto-exilado em País de Gales. Deparei-me com sua ficção por acaso, pois só conhecia sua obra de não-ficção, principalmente suas obras de análise sobre o Neo-Realismo português.


Nesse romance, que só foi publicado 24 anos depois de ter sido escrito, Torres faz uma releitura de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. Usa os mesmos nomes dos personagens, porém o universo é outro. A ação transcorre ao longo de quinze dias entre 1961 e 1962, em pleno regime salazarista, e há uma quebra lógica com os caracteres românticos de Camilo. Thereza, por exemplo, não é a virgem recatada que obedece ao pai, mas sim uma universitária rebelde que vê na figura do pai, Tadeu de Albuquerque, o totalitarismo de Salazar.


Outro personagem relevante é o herói, Simão Botelho, que no romance de Camilo é o estereótipo do herói romântico, mas em Espingardas e Música Clássica, é um funcionário da fábrica de Tadeu Albuquerque e grevista revolucionário.


Deve-se levar em consideração o título do romance, que faz menção à ditadura de Salazar de uma maneira pouco sutil. No final de 1961 Portugal estava em guerra com a Índia, ou seja, disputando Goa, que era colônia portuguesa. E Portugal estava em grande desvantagem, portanto nas rádios, ao invéz de dar as notícias da guerra e das greves que estavam acontecendo na cidade fictícia de Frariz, tocava música clássica o dia todo.


Pode-se dizer que é uma obra de protesto, mas vai muito além do simples manifesto panfletário. Obra pungente que não teve seu merecido reconhecimento. Grande romance de um escritor que foi mais reconhecido como crítico.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Távola Redonda

Poetas: vamos dar as mãos! De novo
Se escute em nós uma canção de ronda.
Poesia - única távola redonda
Com pão e vinho para todo o povo.

Quem tiver sede, beba deste vinho.
Quem tiver fome, coma deste pão.
Só o poeta vivo é nosso irmão;
P´ra ele, nada é fim, mas sim caminho.

Há flores no centro? Vou chamar-lhes fé.
Flori com ela vossa botoeira:
A voz do poeta é pura e verdadeira
Se - em Deus? nos outros? - sonha e crê.

António Manuel Couto Viana

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Entrevista com Moacyr Scliar


Descobri Moacyr Scliar assistindo ao programa do Bóris Casoy (outro judeu! Coincidência?) em 2003, na TV Record. Moacyr falava sobre o plágio de seu livro Max e os Felinos, e desde então o universo deste autor nunca deixou de me acompanhar. A Porto Alegre mítica que vemos em A Guerra no Bom Fim ou em O Ciclo das Águas serve de espaço para diversos conflitos, judaicos ou não.

É este Scliar que me atrai sobremaneira, o judeu que escreve sobre seus próprios medos, suas angústias e prazeres. É este Moacyr Scliar que muitas e muitas vezes me levou às lágrimas, que escolhi como tema de análise da minha monografia da especialização em Literatura Brasileira na pucpr.

Para um aprofundamento maior de meu estudo de O Centauro no Jardim( obra que analiso em minha monografia), procurei o próprio autor para uma entrevista. Moacyr cedeu gentilmente a entrevista que segue abaixo, e que estará em anexo em meu trabalho da especialização.
Viva o escritorzinho do Bom Fim!

Entrevista

Daniel Osiecki - Por que a condição judaica está diretamente ligada ao sofrimento, à tragédia?

Moacyr Scliar - Por causa da longa história de perseguições, discriminação e extermínio. A isto se acrescenta o fenômeno da diáspora: tratava-se de um grupo humano que vagava de um país para outro e muitas vezes era visto com estranheza e hostilidade.

D.O. - Em Saturno nos Trópicos você fala sobre contágio psíquico. Notamos que há características de melancolia presentes na condição judaica, seja no modo de pensar, no modo de viver, de escrever, etc. Isso é milenar e passa de geração para geração.No caso do judaísmo há contágio psíquico?

M.S. - Certamente, mas o que predomina é a condição comum, que é geradora de tristeza, de melancolia.

D.O. - Pode-se dizer que a melancolia presente no judaísmo é atávica?

M.S. - Pode-se dizer que ela tem uma história. Mas se por "atávica" queremos dizer"herdada, genética" aí a afirmação é duvidosa.

D.O. - Em O Centauro no Jardim notamos certa inconstância no pensamento de Guedali em relação a sua condição. Conflito tipicamente judaico. Para você o que mais caracteriza esse conflito?

M.S. - Judaísmo envolve um forte problema de identidade, mais nítido naqueles que, como Guedali, são filhos de imigrantese que estão constantemente se perguntando quem são, qual a cultura a que pertencem: a de casa, a da rua (escola, clube...) ou ambas?

D.O. - Pode-se dizer que esse aceitar/não-aceitar sua condição de judeu(centauro), aproxima Guedali à náusea sartreana?

M.S. - Sim, há um componente existencial, mas não é o que predomina. O problema é psicológico e cultural.

D.O. - Moacyr, dentre tantos conflitos que Guedali trava consigo próprio, o principal é o fato de que ele é metade homem e metade cavalo. Sabemos que o cavalo nunca foi o animal com quem os judeus tivessem mais afinidade.História ou lenda, não sabemos, mas esse fato é mais simbólico do que histórico. Portanto, Guedali sendo um judeu centauro, não faz desse conflito mais dramático ainda?

M.S. - Certamente. Ali temos um judeu vivendo na região do"centauro dos pampas", o gaúcho, e mais, sendo ele próprio centauro. Ou seja: eu não poderia imaginar carga maior de desconforto para o meu personagem...

D.O - Em outros romances seus como Os Deuses de Raquel e Os Voluntários, observamos que você explora o encontro com a cultura diferente. No caso deOs Deuses de Raquel, a pequena Raquel sai do colégio iídiche e vai para um colégio católico. Fato que inicia um conflito interior que a marcará por toda sua vida. Em Os Voluntários há o conflito entre Benjamin e Samir,aquele judeu, este palestino. No caso de Guedali, o conflito maior está presente em sua relação com o aceitar/não-aceitar de sua condição ou com a sociedade que o vê como aberração?

M.S. - Com as duas situações. É um conflito múltiplo, mas que termina em simples acomodação: "agora está tudo bem".

D.O. - Para encerrar, esse conflito consigo próprio, com a família e com a sociedade, aproxima Guedali a Gregor Samsa?

M.S. - Em parte, mas devemos notar que o conflito de Kafka é existencial, sartreano. As circunstâncias históricas, políticas, culturais, que destaco no livro, pesam muito pouco numa obra como A Metamorfose, ainda que a ficção kafkiana possa ser vista como antecipação do totalitarismo.

Ave! Torga


No próximo 12 de agosto se completará o centenário de nascimento do Dr. Adolfo Correia da Rocha, brilhante médico, porém mais conhecido como brilhante escritor, Miguel Torga. Dr. Miguel Torga se aventurou por tudo quanto é gênero literário, porém merecem mais destaque seus contos e romances. Mais ainda os contos. Os obscuros e fantásticos Contos da Montanha, frios, gelados, lúgubres Contos de uma Montanha metafísica às margens do Douro.

Torga até se aventurou no Neo-Realismo com seu romance Vindima, digamos que para se afastar do "formalismo" estético do presencismo, mas não encontrou raízes perpétuas no neo-realismo. Torga foi um autor único em Portugal, um escritor que esperava encontrar explicação para a angustiante condição humana, por isso a metáfora da montanha, como diz Massaud Moisés, "Miguel Torga é sempre o mesmo homem de pés fincados na terra transmontana".

Autor que, como Vergílio Ferreira, não encontrou ecos dentro da literatura portuguesa do século XX. São casos isolados. Cada um a seu próprio modo.

Ave! Torga!!

A Melancolia na literatura brasileira:Moacyr Scliar e o caráter judaico




Esse artigo eu escrevi em 2005 para ser apresentado no VI Fórum de Letras da PUCPR. Nesse texto eu analiso o romance Na Noite do ventre...o diamante, de Moacyr Scliar.Minha análise busca a relação que há entre o conceito de melancolia e o caráter judaico, a condição judaica.

Utilizei como principais obras de apoio os livros Saturno nos Trópicos, de Scliar, e O Judaísmo Vivo de Michael Asheri. Outra obra fundamental para a escrita de meu estudo foi o Dicionário de Filosofia, de Nicola Abbagnano, tradução de Alfredo Bosi. Estas e outras obras de apoio constam no final do artigo.

A Melancolia na literatura brasileira:Moacyr Scliar e o caráter judaico

O que é melancolia?

Segundo Moacyr Scliar, melancolia às vezes pode ser considerada doença e às vezes não. A melancolia deve ser diferenciada da tristeza, que pode ser considerada uma reação até certo ponto normal aos embates da existência. Porém a melancolia não é o banal tédio, que nos remete ao real.

Em seu livro Saturno nos Trópicos, Scliar defende a idéia de que a melancolia é como a depressão, uma doença, mas não só uma doença, é uma experiência existencial. Tristeza, sim, porém tristeza duradoura, e talvez até tédio.

A melancolia (conceito) aparece no ocidente depois de uma fase negra na história da humanidade, era a Peste Negra, como relata Scliar em Saturno nos Trópicos:

Em outubro de 1347 uma frota genovesa vinda do Oriente entrou no porto de Messina, na Sicília. Não foi uma chegada festiva, antes um tétrico espetáculo: quase todos os marinheiros haviam morrido ou estavam agonizantes. De peste.

A partir desse momento histórico se começa a falar, novamente, sobre melancolia, pois os gregos antigos já falavam sobre o assunto. Podemos dizer que a Peste Negra causou o que Scliar chama de Renascimento da melancolia.

Em um período de transição da Idade Média para o Renascimento, mais precisamente no início do século XVII, em 1631, em Londres, é lançado o livro The Anatomy of Melancholy (Anatomia da Melancolia), de Robert Burton. Neste livro, lançado em vários volumes, Burton tece um estudo médico e filosófico sobre a melancolia em mais de novecentas páginas.

Desde a Idade Média já se fazia associações entre a melancolia e a Bile Negra (secreção do pâncreas). A bile é pesada, espessa, tende a “descer”. No Renascimento, um dos tratamentos para a “cura” da melancolia era a sangria, ou fazer com que o “enfermo” bebesse grandes doses de vinho (alusão ao sangue), porque, enquanto a bile é negra e tende a “descer”, o sangue, que é mais vivo, mais enérgico, tende a “subir”.
Metaforicamente falando, melancolia é frieza, secura, enquanto alegria é úmida e quente.

A melancolia no caráter judaico

O povo judeu tem uma história repleta por peculiaridades, como por exemplo, o humor, que se caracteriza por ser um humor melancólico, até certo ponto amargo. É um grupo que possui uma trajetória histórica indiscutivelmente marcada pela tragédia, pelo sofrimento.

Levando em consideração os conceitos de melancolia discutidos por Scliar em Saturno nos Trópicos, podemos ter em mente, que no caso do judaísmo a melancolia é uma espécie de contágio psíquico, e domina o clima de opinião e a conjuntura emocional desse grupo.

Quando falamos em contágio psíquico, podemos levar em consideração as diversas influências que certas pessoas exercem sobre outras (aqui nos referimos aos judeus), pois, pessoas, histórias, lendas (a Bíblia), podem se tornar conceitos e princípios a serem seguidos e a serem incorporados ao caráter e à personalidade de determinado indivíduo.

O principal objetivo que faz com que indivíduos judeus adotem essa típica personalidade histórica, ou seja, o caráter melancólico, o humor amargo, que não pretende levar as pessoas às gargalhadas, mas no máximo a um modesto sorriso, é a tradição. O conceito de amargura, de tragicidade na história semita, está tão intrínseco no caráter judeu, na condição judaica, que o indivíduo judeu já cresce com esses valores em seu caráter sem que ele saiba. Quando ele percebe, ou seja, quando ele depara-se com sua condição, um forte sentimento de abandono e uma necessidade de questionar fervilha em seu ser. O indivíduo judeu torna-se muito perturbado por conseqüência de uma inquietude que lhe é peculiar: quando se depara com a aceitação ou não de sua identidade. Esse é tema central de muitas obras de Scliar, dentre as quais O Centauro no Jardim e Na Noite do Ventre, O Diamante.

A melancolia presente em Na Noite do Ventre, O Diamante

O romance Na Noite do Ventre, O Diamante, apresenta dois percursos narrativos bem claros. O primeiro segue até a metade do romance, descreve a trajetória do diamante, que é a linha condutora da narrativa, tirado das entranhas de Minas Gerais, passando pelos Países Baixos até chegar ao Leste Europeu. O segundo, centrado na figura do judeu Guedali, conta como o diamante foi parar em seu ventre e, a partir daí, como o incidente marca a vida do personagem, que emigra com a família da Rússia para o Brasil.

Várias figuras históricas são retratadas e mencionadas no romance, como o padre Vieira e o revolucionário Trotsky, porém merece destaque a figura do filósofo Spinoza.

Técnica narrativa

Neste romance, não diferente de vários outros de Scliar, notamos uma narrativa ágil, precisa, estruturada sobre cortes no tempo.

O filósofo Spinoza, como fica bem caracterizado no romance, além de filósofo era polidor de lentes, o que nos leva a pensar sobre suas idéias: “Dentro de cada complexa, obscura proposição, parece haver outra, ainda mais complexa e obscura. Algo semelhante aos segmentos da luneta que se encaixam uns nos outros”.

Pode ser uma alusão à técnica narrativa de Scliar, neste livro. O autor não só encaixa um fragmento no outro, como também, por meio desse percurso chega mais perto (como a luneta) de seu assunto.

O fio da narração desenvolve uma trajetória intrincada, resultando num painel cheio de implicações formais, que só é apreendido seguindo-se cada um de seus traços.

O teor judaico na obra

O protagonista de Na Noite do Ventre, O Diamante, Guedali, é uma figura singular, tão peculiar quanto o meio ao qual pertence, que fica bem claro, com o qual vive uma relação de amor e ódio, de aceitação e repulsa.

Guedali é um imigrante judeu, que para sair da Rússia com sua família às vésperas da Revolução Russa, é forçado pelo pai a engolir o diamante da família, o único bem de valor que sua família possuía, e que exercia uma influência imaginária incrível em sua mãe nas noites do Shabat.

Como não podia ser diferente, o resultado é trágico, melancólico. O diamante fica preso no intestino de Guedali, como uma herança que lhe é deixada à força. Uma clara alusão à condição judaica, à aceitação da identidade judaica que é um fardo pesado. O fato de ser judeu é inegável, imutável, e consequentemente trágico, amargo e desesperador. É uma herança com a qual Guedali não sabe como conviver, como lutar, como aceitar (ou não aceitar).

O diamante, que está alojado em seu intestino, pode ser entendido como a condição judaica que está inegavelmente presente em seu ser, e a não aceitação é uma conseqüência disso. Porém, o diamante é uma preciosidade, logo, podemos entender que essa herança que não foi deixada, mas imposta, ao mesmo tempo em que é questionada, é refletida. A preciosidade dentro do ventre pode ser entendida como a aceitação de sua condição. Scliar nos leva a um sentimento ambíguo e complexo, como é característico de suas idéias em suas narrativas, já que está inserido neste peculiar, dramático e milenar meio judaico. Não religioso e sim cultural.

Igualmente em outro romance de Moacyr Scliar, O Centauro no Jardim, a herança é presa ao corpo do protagonista como se por um acidente genético. Neste romance, o herói nasce meio cavalo meio homem, e em Na Noite do Ventre, O Diamante com uma espécie de bolsa intestino. Ambos chamam-se Guedali e ambos foram escolhidos, porém nenhum dos dois gostaria de ter sido.

Referências

Abbagnano, Nicola. Dicionário de Filosofia. Tradução de Alfredo Bosi. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

Asheri, Michael. O Judaísmo Vivo: as tradições e as leis dos judeus praticantes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1995.

Chouraqui, André. História do Judaísmo. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1963.

Gazeta do Povo – Caderno G - Domingo, 15 de maio de 2005.

Gazeta do Povo – Caderno G - Sábado, 9 de julho de 2005.

Scliar, Moacyr. A Condição Judaica; das tábuas da lei à mesa da cozinha. Porto Alegre: L&PM, 1985.

Scliar, Moacyr. Saturno nos Trópicos: a melancolia européia chega ao Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

Scliar, Moacyr. O Centauro no Jardim. 10 ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Scliar, Moacyr. Na Noite do Ventre, O Diamante. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

Távola Redonda


A Revista Távola Redonda foi publicada pela primeira vez em 11 de janeiro de 1950, em Portugal. Seus principais editores e colaboradores eram António Manuel Couto Viana, David Mourão-Ferreira e Luiz de Macedo. Em conferência, António Manuel Couto Viana refere-se ao título da revista:

"sendo a mesa lugar para comunhão de espíritos, eis que ela se pode identificar com a Poesia que se deseja alta e fraterna. Assim o julguei eu, quando escrevi o poema intitulado Távola Redonda - precisamente o nome com que baptizei uma revista de poesia..."


E assim teve início uma revista que teve como objetivo principal revelar novos poetas portugueses. Havia entre os idealizadores da revista, uma proposta teórico-poética decorrente da própria consciência poética e crítica. Alguns dos aspectos principais eram a busca do poético, a consciência da forma, a revalorização do mito, o voltar-se com exclusividade para o lirismo.

Távola Redonda foi tema de estudo da tese de doutorado do Prof. Jayme Ferreira Bueno, o qual publicou sua tese em forma de livro, intitulado Távola Redonda - Uma experiência lírica, em 1983.

Prof. Jayme e eu tivemos uma convivência direta de 1 ano, durante a graduação em letras na pucpr. Seu livro nunca deixou de me acompanhar desde então, o que me levou a ministrar uma oficina de poesia na Fundação Cultural de Curitiba, no dia 22 de março de 2006, cujo o título era O eu-poético e a figura do poeta - Construção e desconstrução em Fernado Pessoa e David Mourão-Ferreira.

Portanto, esse blog é uma homenagem à Revista Távola Redonda e ao Prof. Jayme Ferreira Bueno.